segunda-feira

Rhythm and Blues



Eu leio Rubem Braga. Aliás, sempre li Rubem Braga [entenda ‘sempre’ como: há 15 anos leio Rubem Braga]. Nos últimos anos o tenho lido quase diariamente. Não muitos livros, mas os poucos que li, antes mesmo de terminar já havia relido várias vezes. Eu economizo Rubem Braga. Sempre guardo uma ou outra crônica, para ter sempre algo inédito dele para ler. Não sou um ‘entendido’, nem um grande ‘conhecedor’ de Rubem Braga. Apenas Gosto. Gosto muito. Não vou aqui explicar seus textos, ou o significado de “Não podemos recolher o brilho do lombo elástico de uma onda e fazer um discurso ao mar, acaso podemos?”. Não vou. Também não pretendo criar um estudo sobre o assunto, até porque, não li e não lerei uma biografia de Rubem Braga. Não vou estudar sua história de vida, ou o meio onde se formou, nem escrever uma tese ‘Rubem & Braga’. Só quero saber de Rubem Braga o que ele está disposto a dizer em seus livros. E ele diz muito. Viajo com ele por todas as cidades onde passou. Conheço todos os amigos que mencionou. Acompanho suas idas e vindas, suas dores e amores, suas felicidades simples e completas. Rubem Braga é uma ótima companhia para beber um vinho, ouvir uma música, visitar um amigo, assistir televisão, viajar. Rubem Braga nasceu em janeiro e morreu em dezembro. Completo. Perfeccionista. Depois de todo este tempo, de ter lido uma pequena parte de sua vida, penso que o conheço. Não o conheço. Mas sempre que termino uma leitura, uma parágrafo, uma crônica, um livro, sempre tenho o mesmo pensamento. A mesma opinião. Uma única frase me vem a mente: Grandessíssimo filho d’uma puta!
Leia Rubem Braga!